Na tarde desta segunda-feira, o prefeito Edinho Araújo, ao lado do superintendente do Semae, Nicanor Batista, assinou a ordem de serviço autorizando a empresa Engescav Engenharia e Construções EIRELI iniciar a reforma do prédio histórico da Estação de Tratamento de Água – ETA Rio Preto: Palácio das Águas.
A reforma visa a restauração da ETA, adequando a acessibilidade. Está prevista a construção de um elevador panorâmico, na parte externa do prédio, para acessar o primeiro pavimento. Também serão feitos novos portões e grades, pintura, mudanças na jardinagem e no paisagismo e recuperação de pisos. O investimento é de R$ 5,2 milhões. O prazo da obra é de oito meses.
“Esse é um momento histórico. Rio Preto hoje é referência no setor de saneamento em todo o país. Só se alcança esse patamar com uma gestão eficiente e profissionais capacitados. Fazer a reforma arquitetônica na ETA é preservar a memória da cidade e esse belo patrimônio querido por todos os rio-pretenses”, declarou o prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo.
O prédio da ETA passará por um processo de retrofit, ou seja, uma técnica de revitalização de construções antigas. Seu objetivo é transformar edificações do passado, adaptando-as às necessidades atuais. “É mais do que uma simples reforma, uma vez que tem um caráter mais profundo. Além de renovar as estruturas conforme a legislação e as necessidades de conservação, o projeto prevê a preservação da arquitetura original”, declarou Nicanor Batista.
Durante a cerimônia, realizada no auditório do Semae, o Arquiteto André Luís Ceron da Fonseca, da empresa Novaora, responsável pelo projeto da reforma da ETA, fez uma apresentação mostrando as intervenções que serão feitas e os cuidados adotados para não interferir no projeto arquitetônico original. “O projeto procura interferir o mínimo possível, privilegiando a acessibilidade”, informou.
O arquiteto André da Fonseca durante a apresentação do Retrofit da ETA.
Antes do retrofit, a ETA passou por uma ampla reforma operacional. Segundo o chefe de Divisão de Captação, Carlos Fossa, foram melhoradas todas as etapas dentro da estação desde a captação até a distribuição da água. Foram 45 meses de obra e investimento de R$ 41 milhões.
“Essa reforma trouxe a recuperação e atualização das unidades do processo, de modo a permitir que elas trabalhem de forma mais eficiente e com uma maior produção. Assim, a vazão da ETA que é de 450 l/s, agora pode chegar a 750 l/s. Trouxe ainda a automação das principais atividades de controle da estação, agilizando as atividades desenvolvidas”, explicou o chefe de Captação.
Participaram da cerimônia de assinatura da ordem de serviço o vice-prefeito Orlando Bolçone, o presidente da Câmara Municipal, Paulo Paulera, o diretor da Engescav Engenharia, José Carlos de Oliveira, vereadores, secretários municipais e demais autoridades.
Elevador panorâmico que será construído na restauração.
Prédio tombado
Em 2004, o Palácio das Águas foi tombado como patrimônio cultural de Rio Preto pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico – Comdephact. “O tombamento da ETA veio a concretizar a relevância do conjunto arquitetônico, do ponto de vista da implantação efetiva do saneamento na cidade, proporcionando melhorias para a população, além de marco referencial e estético para a cidade. Isso é evidenciado pelo aerador visto de vários pontos da cidade” comentou a arquiteta mestre e especialista em restauro, Rosely Mayse Seno.
Segundo ela, o reconhecimento do “Palácio das Águas” como patrimônio cultural é de extrema relevância, visto que preserva a história e a cultura da cidade em relação às melhorias de infraestruturas urbanísticas e visuais, as quais foram ocorrendo. “É importante também a interação do local com a comunidade, que se apropriou daquele espaço de forma afetiva”, completou.
Maravilha de Rio Preto
Num concurso, em 2007, promovido pelo jornal Diário da Região, o “Palácio das Águas” foi eleito pela população como uma das sete maravilhas da cidade. “A ETA simboliza a dedicação do poder público ao criar uma infraestrutura adequada às necessidades do município, que se modernizava cada vez mais. O ambiente se tornou muito aprazível para a população, inclusive pela bela implantação da água, como elemento condutor da ornamentação”, informou Rosely Seno.
A arquiteta lembra que o local, num determinado período, se transformou em ponto de visitação da comunidade e era comum a fotografia de casamentos e outras comemorações, uma vez que se converteu em cartão postal da cidade.
Imagem 3D da ETA destacando o aerador.
História
O Palácio das Águas foi inaugurado em 1955, na gestão do prefeito Philadelpho Gouvêa Netto. Nessa época, a população de Rio Preto era de aproximadamente 60 mil habitantes e o município tinha cerca de seis mil ligações de água. Em 2023, Rio Preto possui 475 mil habitantes e 189.762 ligações, 241.229 economias (usuários)
O local é um ponto turístico da cidade, tendo como destaque as sereias e o aerador. Após a reforma, o aerador não faz mais parte do processo de tratamento de água. A obra permitiu que o aerador funcione em sistema fechado, ou seja, como um chafariz. Foram instaladas novas bombas e rede.
No dia 24 de agosto de 2001, o prefeito Edinho Araújo, por meio da lei complementar n°130, criou o Semae – Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto. Rio Preto é referência em abastecimento e saneamento, estando entre dez os municípios do País com o melhor serviço prestado nesses setores, segundo o Instituto Trata Brasil.
Imagem 3D do Palácio das Águas durante a noite.
Texto: Tarciso Amorim/Departamento de Comunicação
Publicado dia: 14-02-2023
