Nesta terça-feira (11/10), aconteceram no auditório do SeMAE duas apresentações da oficina “Racismo Sutil”, realizadas pelo grupo reflexivo sobre as terminologias racistas e microagressões do Departamento de Promoção da Igualdade Racial (DEPIR). O evento foi promovido pelo Departamento de Relações com os Usuários (DRU) e pelo respectivo departamento ligado à Secretaria Municipal da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial.
A apresentação, ministrada pelas psicólogas Júlia Monteiro e Márcia Graciano, demonstrou aos funcionários do DRU as diferenças entre termos como: racismo, preconceito, discriminação, raça, etnia e palavras cujo sentido possam difamar e maltratar pessoas pretas e pardas.
Segundo a psicóloga Márcia Graciano, a maior dificuldade é o conceito de raça, pois ainda há um pensamento enraizado, e a visão das pessoas está no período colonial. “Raça é considerada um grupo com características físicas e biológicas marcantes, passadas por gerações, como raça branca e preta. Já etnia é formada pelo compartilhamento de idiomas, costumes e culturas. Como, por exemplo, a etnia indígena”, explicou Márcia.
No Brasil, a prática do racismo é crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, conforme dispõe o inciso XLII do artigo 5° da Constituição Federal. “Essa conduta é a crença que existem diferentes raças e etnias na sociedade e que umas são superiores as outras. Essa supremacia de raças e etnias foi criada para justificar um sistema de poder e hierarquia dentro da sociedade. Para melhorar esse cenário é preciso bastante diálogo e atenção do poder público”, declarou a psicóloga Júlia Monteiro.
Durante o evento, houve a orientação para que se evite o uso de palavras que possam remeter a um cunho preconceituoso. “Algumas palavras buscam desaprovar a população negra de tudo que se associa a ela, minimizando a imagem social dos negros de forma que reproduz e reforça o inconsciente coletivo. Por exemplo, pode-se substituir a palavra denegrir por difamar”, completou Márcia Graciano.
No auditório, compareceram 35 pessoas, incluindo o diretor do Departamento de Relações com os Usuários, Leandro Freitas; coordenadora de faturamento Viviam Begiora; a crítica de leitura Kátia Pereira; e a assistente social Anna Frias. Na quarta-feira (19/10), haverá outras duas apresentações da oficina “Racismo sutil”, no auditório do SeMAE.
No mês de agosto, a Prefeitura de Rio Preto inaugurou a linha “SOS Racismo”, um canal de atendimento à população, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, PcD e da Igualdade Racial, com objetivo de receber denúncias e tirar dúvidas acerca de situações envolvendo racismo e injúria racial. “Pensando nisso, trouxemos aos funcionários essa oficina com tema muito importante atualmente. Isso mostra que o Semae está preocupado com o tratamento que oferece aos usuários, pois temos vários postos de atendimento: Poupatempo, Prefeitura Regional Norte, whatsapp, call center ativo e passivo. “O objetivo é atender o usuário com qualidade e eficiência. Neste sentido, toda atualização é bem-vinda”, explanou Leandro Freitas.
O funcionamento dos serviços que o DEPIR oferece à população de Rio Preto acontece de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, na rua Bernardino de Campos, 4075, Redentora. Para mais informações, os interessados podem entrar em contato por meio dos seguintes números de telefone: (17) 3222-2041 (ramais 224 e 225) e do Disque Denúncia SOS Racismo, (17) 3234-3283.
Texto: Tarciso Amorim/Departamento de Comunicação
Publicado dia: 11-10-2022